Ora ao som: Suspiros, vozes ofegantes, fungadas e muitas
vezes apenas o silêncio.
Ora a imagem: Lágrimas escorrendo, lábios mordidos, boca
trêmula e olhos pesados.
O choro é a transposição da dor, da agonia, da irritação e
da tristeza do plano psicológico para o plano físico. É a maneira que o corpo
encontra para extravasar os sentimentos negativos acumulados.
Quando nascemos, é a única forma que encontramos de nos
comunicarmos com o mundo. Ao sairmos do ventre da nossa mãe, o choro é o sinal
de vida. O primeiro choro é causado pela agonia ao primeiro movimento da estrutura de nossos pulmões ao respirarmos pela primeira vez. Posteriormente, enquanto
bebês, todos os nossos desejos de maior anseio, assim com as nossas injúrias são
expressos através do choro. Imagino que se nós não tivéssemos a capacidade de
falar e de sermos compreendidos, ainda utilizaríamos o mesmo artifício.
É irônico que, ao mesmo tempo que o primeiro choro de um
bebê seja razão para alegria e felicidade, os choros posteriores se tornam,
muitas vezes motivos de impaciência, agonia e irritação. Ninguém gosta de ouvir
um choro, a menos que seja por um motivo de felicitação.
Quando crescemos, aprendemos a nos comunicar. A linguagem e
a comunicação nos ensinam muitas coisas, principalmente a mascararmos os nossos
sentimentos. Afinal de contas, a vida nos ensina que o choro é um sinal de
fraqueza que deve ser reservado para momentos singulares. A perda de um ente
querido, uma grande conquista, o choque por uma grande frustração totalmente
inesperada... e olhe lá...
Fora estes exemplos, o choro é tido como um sinal de vulnerabilidade, insuficiência e limitação. Se assim não fosse, não faríamos questão de nos escondermos na maioria das vezes que choramos. Diferente dos bebês, não queremos chamar a atenção das pessoas às nossas fragilidades. Afinal, em poucas e eventuais circunstâncias, podemos encontrar alguém disposto a ouvir os nossos problemas.
Fora estes exemplos, o choro é tido como um sinal de vulnerabilidade, insuficiência e limitação. Se assim não fosse, não faríamos questão de nos escondermos na maioria das vezes que choramos. Diferente dos bebês, não queremos chamar a atenção das pessoas às nossas fragilidades. Afinal, em poucas e eventuais circunstâncias, podemos encontrar alguém disposto a ouvir os nossos problemas.
Não existe mesmo uma canção de uma cantora famosa que diz: “Então,
não me conte os seus problemas! Hoje eu quero paz! Eu quero amor! Então, não me
conte os seus problemas! Nada de tristeza, nem de dor!”?
Pra quê nos incomodarmos com os sentimentos negativos das
outras pessoas? Pra quê nos contagiarmos com a tristeza alheia? Já temos que
lidar com os nossos próprios problemas mesmo...
Questão de cidadania? Altruísmo? Solidariedade? Está bem...
vez ou outra podemos fazer uma caridade...
E que cada vez mais o sentido do choro se perca! Em poucos
casos, recolhido às quatro paredes de um quarto. Em muitos casos, desaprendido
e ressecado, transformando toda a frustração, injúria e tristeza em ódio e
rancor.
Secos, frios, calculistas e mascarados. São as regras para
os vitoriosos do mundo atual!
Engula o choro! Pois é proibido chorar!
Boa reflexão! Mas não aconselho a engolir o choro. Chorar faz bem, alivia a tensão e quando o fazemos diante de Deus e nos sentimos fracos é que conhecemos a Sua força que Ele coloca à nossa disposição.
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