segunda-feira, 30 de setembro de 2013

É proibido chorar!

Ora ao som: Suspiros, vozes ofegantes, fungadas e muitas vezes apenas o silêncio.

Ora a imagem: Lágrimas escorrendo, lábios mordidos, boca trêmula e olhos pesados.

O choro é a transposição da dor, da agonia, da irritação e da tristeza do plano psicológico para o plano físico. É a maneira que o corpo encontra para extravasar os sentimentos negativos acumulados.

Quando nascemos, é a única forma que encontramos de nos comunicarmos com o mundo. Ao sairmos do ventre da nossa mãe, o choro é o sinal de vida. O primeiro choro é causado pela agonia ao primeiro movimento da estrutura de nossos pulmões ao respirarmos pela primeira vez. Posteriormente, enquanto bebês, todos os nossos desejos de maior anseio, assim com as nossas injúrias são expressos através do choro. Imagino que se nós não tivéssemos a capacidade de falar e de sermos compreendidos, ainda utilizaríamos o mesmo artifício.

É irônico que, ao mesmo tempo que o primeiro choro de um bebê seja razão para alegria e felicidade, os choros posteriores se tornam, muitas vezes motivos de impaciência, agonia e irritação. Ninguém gosta de ouvir um choro, a menos que seja por um motivo de felicitação.

Quando crescemos, aprendemos a nos comunicar. A linguagem e a comunicação nos ensinam muitas coisas, principalmente a mascararmos os nossos sentimentos. Afinal de contas, a vida nos ensina que o choro é um sinal de fraqueza que deve ser reservado para momentos singulares. A perda de um ente querido, uma grande conquista, o choque por uma grande frustração totalmente inesperada... e olhe lá...

Fora estes exemplos, o choro é tido como um sinal de vulnerabilidade, insuficiência e limitação. Se assim não fosse, não faríamos questão de nos escondermos na maioria das vezes que choramos. Diferente dos bebês, não queremos chamar a atenção das pessoas às nossas fragilidades.  Afinal, em poucas e eventuais circunstâncias, podemos encontrar alguém disposto a ouvir os nossos problemas.

Não existe mesmo uma canção de uma cantora famosa que diz: “Então, não me conte os seus problemas! Hoje eu quero paz! Eu quero amor! Então, não me conte os seus problemas! Nada de tristeza, nem de dor!”?

Pra quê nos incomodarmos com os sentimentos negativos das outras pessoas? Pra quê nos contagiarmos com a tristeza alheia? Já temos que lidar com os nossos próprios problemas mesmo...

Questão de cidadania? Altruísmo? Solidariedade? Está bem... vez ou outra podemos fazer uma caridade...

E que cada vez mais o sentido do choro se perca! Em poucos casos, recolhido às quatro paredes de um quarto. Em muitos casos, desaprendido e ressecado, transformando toda a frustração, injúria e tristeza em ódio e rancor.

Secos, frios, calculistas e mascarados. São as regras para os vitoriosos do mundo atual!

Engula o choro! Pois é proibido chorar!

segunda-feira, 19 de agosto de 2013

Por que não?

Tanto quanto músico, como designer gráfico, sempre carrego um sentimento de frustração quando um projeto meu não sai do papel ou, até pior, da minha mente.

Trilhas, jingles, arranjos, cartazes, layouts, websites... Muitos estão "engavetados" numa pasta digital em um HD externo ou até numa mídia perdida em algum canto da casa.

Na música, tive a oportunidade de participar, ainda que por curto período, de projetos que instigavam o meu conhecimento, minha capacidade e minha criatividade.

Uns 5 anos atrás tive a oportunidade de participar de um coro erudito profissional pela primeira vez. Foi um verdadeiro desafio que me ensinou por demais musicalmente. Não durou muito tempo, mas pude participar de grandes eventos como um concerto da IX Sinfonia de Beethoven, juntamente com dois outros coros, maestro e solistas internacionais, além de uma grande orquestra acompanhando.


No ano passado, 2012, fui convidado a me juntar a um grupo de música popular a capela de 6 vozes para participar de um concurso nacional de grupos vocais. Um novo desafio que uniu-se a uma dentre muitas das minhas paixões musicais sempre existente mas nunca realizada. Um prazer inenarrável em unir a minha voz com a de mais 6 grandes cantores a cada ensaio. A primeira apresentação foi no concurso e levamos o 3º lugar. Mas infelizmente não pude continuar o projeto com eles.


Tantas experiências me faziam ainda mais pensar, fantasiar e sonhar com arranjos vocais bem elaborados. Por acaso achei uma gravação que tinha feito de um arranjo vocal a capela que tinha feito (na verdade meio que adaptado) uns 3 anos atrás. Pensei, por que não publicar? Resolvi ir mais além... Decidi me filmar fazendo cada uma das vozes que gravei. Afinal, pelo menos o registro seria eternizado de alguma forma.

Mas eu mesmo... Em oito vozes... Oito telas... Oito faces... Parecia meio louco! Mas pensei, por que não?

Postei em duas redes sociais sem nenhuma pretensão e para minha surpresa o retorno foi muito maior do que eu esperava. Em uma semana o vídeo teve mais de 2 mil compartilhamentos, sem contar os comentários, elogios e as mensagens de pessoas que eu nem sequer conhecia, além de músicos de renome que eu admiro bastante.




Um arranjo adaptado do hino "Praise To The Lord The Almighty" (gravado pelo Integrity Music em 1992), na versão em português do hinário adventista "Sejas Louvado" com algumas partes versionada por mim mesmo.

A partir desta experiência, decidi por tornar costumeiro outras produções deste tipo de vídeo. Buscando sempre a melhor sonoridade para louvar o nome dAquele me deu o dom.

E vamos ver que virá daqui em diante! Sempre um desafio, sempre uma novidade! Por que não?